“Treinadores, professores e mesmo ídolos que desempenharam papeis de modelos vêm e vão, mas não existem substitutos para os pais”.
Com a vida corrida que muitos de nós estabeleceu por motivos diversos, o tempo em família tem sido cada vez mais curto, já que, além da jornada de trabalho, temos a outra jornada: atividade física, lazer, tempo com a família e conosco, pois precisamos atentar ao físico, emocional, espiritual e mental.
Aqueles que são pais precisam ainda encontrar tempo para levar os filhos às atividades extraclasse como curso de inglês, natação, aulas de piano, reforço escolar, futebol e outros, além de ensinar e revisar as tarefas escolares dos filhos, geralmente no horário do almoço ou à noite, após o trabalho. Gastando o tempo com tudo isso, qual o tempo que “sobra” para ser pai/mãe?
De acordo com Jean Grasso Fitzpatrick, treinadores, professores e mesmo ídolos que desempenharam papéis de modelos vêm e vão, mas não existem substitutos para os pais.
Fico pensando se não seria interessante ocupar mais o papel de pai/mãe do que de treinador/professor. Muitos pais, após um longo dia de trabalho, ao chegar em casa, cansados, se dispõem a cobrar dos filhos suas tarefas escolares e mesmo ensina-los, sendo que, nesse pouco tempo poderiam conversar (assuntos diversos e não somente acadêmicos), brincar, lanchar, ver TV, enfim, curtir a presença um do outro, ao invés de ocupar o papel de professor. Dificilmente uma pessoa cansada conseguirá não se irritar nesse momento, principalmente porque o filho geralmente fica disperso, quer brincar e quer atenção.
Alguns adolescentes se queixam que os pais os vêem somente como alunos/estudantes e não como filhos, pois só falam de escola, tarefas, trabalhos escolares, não havendo um tempo para um lazer juntos, um bate-papo sobre assuntos que lhes interessam como computador, internet, jogos, música, séries e outros.
Uma sugestão aos pais é que curtam mais seus filhos, valorizando todos os momentos juntos porque o tempo passa, o filho cresce e se torna adulto. Claro que não deixará de ser filho mas nesse momento os interesses são outros e a ocupação do tempo também.
Será que o que a criança precisaria não seria saber que o você quer é que ela dê o seu melhor, mas que também se divirta e aprecie a vida? Elogiar seus esforços faz-se necessário e não apenas ficar cobrando resultados que “levam à vitória” e conversar sobre o que aprecia na escola e nas aulas seria interessante. Se, após a realização de uma avaliação, os pais se concentrarem na forma como o filho fez para responder às questões, que estratégias usou para se lembrar das respostas, que questões achou mais fáceis e mais difíceis, que disciplina lhe dá mais tranquilidade ou insegurança, estará valorizando o filho, estabelecendo uma relação mais amigável e de compreensão, além de incentiva-lo a buscar outras formas de estudo. Além disso, cumprimentar o filho pelo que faz bem ou seus talentos também é uma forma de valoriza-lo e manter um bom relacionamento. Outra sugestão seria criar um tempo na semana, poderia ser uns 30 minutos, para estar num “cantinho” da casa para assentar e fazer alguma atividade juntos como ouvir música, ler, tocar algum instrumento, jogar, CONVERSAR, assistir um episódio de uma série ou um filme, desenhar, enfim, há muito o que se fazer em conjunto.
Sabemos que não é fácil e o dia “só tem” 24 horas, mas sabemos também que o tempo não volta!